Asas foram concedidas por Deus para que os seres que as possuem voem para a liberdade. As minhas asas foram concedidas pela magnitude esplêndida da literatura, em busca da supra realidade. -Karina L.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Amor entre morte

É pecado imaginar a morte?
Sim! A minha morte?
Seria pecado pensar se sentiria meu luto?
Seria pecado desejar assistir nos bastidores o suposto sofrimento?
Quem disse que sofreria?
Você têm duas casas.
Uma divertida, outra confortável.
Você choraria minha morte em qual delas?
Você ousaria de tal pena nos ombros de quem?
Você recordaria nossos poucos momentos?
Você sofreria com o saudosismo? Ou viveria com lembranças fragmentadas?
Você deixaria minha imagem se dissipar?
Você pensaria em outra pessoa no meu lugar?
Você trocaria a terra pelo paraíso comigo?
Duvido!
Você deve pensar que têm muitas coisas para viver.
Soltaria minha mão? Ou choraria com sofreguidão?
Pediria aos céus meu regresso? Ou desejaria seguir meus passos?
Seria loucura pedir um filme futuro de tudo isso?
Assistir fora de meu corpo sua reação? Cada ato?
Seus joelhos sobre a grama verde, onde jaz meu corpo pálido.
Seria bonito observar? Causaria emoção por sofrer por mim?
A morte não pode ser bela. A morte não pode ser uma prova de amor.
Ela não nos presentearia nem com o mais belo teatro.
Não seria um brinde.
Não consentiria tamanha felicidade.
Sim! Felicidade!
Pois assim veria o quanto se importa.
Precisaria ser assim? Em duras penas?
Precisaria provar desse fruto amargo?
Permitir que meus pensamentos cheguem a tal ponto,
desejar assistir minha própria morte,
para alcançar os laços supremos do amor.
Nada disso importa!
No fim o tempo apaga tudo.
Se vou, você fica...
Seu coração bate, o meu não.
Você agradece um dia de sol.
Na morte, não há sol!
Em vida se contempla o arco-íris e o cheiro da chuva.
O que há na morte?
Você me esqueceria a cada sorriso e conquista de seus filhos.
O luto duraria apenas uma semana, quem sabe mais.
O que prevaleceria?
Uma alma a deriva no desconhecido eterno...
Sem prova alguma de seu amor.

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©2007 '' Por Elke di Barros